
Até o século XIX, Franco da Rocha era um lugarejo que servia de caminho dos bandeirantes que seguiam em direção a Minas Gerais.
Nesse período, a cidade, chamada de Juqueri (vinda de uma planta encontrada facilmente no local) constituía-se em sua maior
parte de terras por fazendas.
Foi a partir das intervenções da São Paulo Railway, responsável pela construção de várias estações ferroviárias, dentre
as a Estação Franco da Rocha - Juqueri, inaugurada em 1º de fevereiro de 1888, que a região começou a se desenvolver. Em 1886,
Filoteo Beneducci chegou na cidade com o firme propósito de descobri ouro em grande escala, em um lugar que na época era conhecido
como Pedreira, atualmente a Quarta Colônia.
Entretanto, não existia a quantidade suficiente do minério que justificasse um grande investimento e Beneducci resolveu
dedicar-se simplesmente à extração de pedras, enviadas a São Paulo pela Estrada de Ferro, tornando-se a partir daí a primeira
atividade industrial local.
O fato mais importante na história do município, certamente, foi a instalação do hospital psiquiátrico, que contribuiu
sobremaneira para o desenvolvimento da cidade. Isso ocorreu porque os locais que atendiam os doentes mentais de São Paulo
(Hospitais de Alienados, na capital e em Sorocaba, e a Chácara Ladeira do Tabatinhguera) não comportavam mais o número de
pacientes, que aumentava a cada dia.
Com o objetivo de aliviar essa superlotação, em 1895 começo a ser construída, com projeto do arquiteto Ramos de Azevedo,
a Colônia Agrícola Juqueri. Em uma área de 150 hectares foram iniciadas as obras para a construção da Colônia Agrícola do
Juqueri. Foi então que o médico Francisco Franco da Rocha, a serviço do Governo do Estado, foi designado para administrar
o mais novo e famosos hospital psiquiátrico do Brasil. Inaugurado com capacidade inicial de 800 leitos, o hospital ocupava
um terreno de à margem da linha férrea, próximo à estação Juqueri.
Posteriormente, contudo, as fazendas Cresciúma e Velha foram incorporadas ao patrimônio do hospital e , no ano de 1916,
o Governo do Estado adquiriu as terras da 4ª Colônia que tinham pertencido a Beneducci e a Ângelo Sestini e as linhas e máquinas
para abrigar uma usina elétrica do hospital, que durante alguns anos forneceu energia para a estação e para todo o povoado.
A usina forneceu Luz a Estação do Juqueri até 1939.
Foi em 1908 iniciou-se a construção da igreja matriz em louvor a Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município.
Franco da Rocha foi elevado a distrito do município de Mairiporã, em 21 de setembro de 1934, e em 30 de novembro de 1944,
Franco da Rocha tornou-se município autônomo.
Quem foi Franco da Rocha?
Em 1864 nasceu Francisco Franco da Rocha, na cidade Amparo. Filho do médico Joaquim Franco da Rocha e da dona de casa
Maria Isabel Galvão Bueno Franco da Rocha, o médico que posteriormente deu origem ao nome da cidade, estudou o primário e
o ginásio em São Paulo. A faculdade de Medicina foi cursada no Rio de Janeiro assim como a residência médica na Casa Eiras,
considerada até então o melhor centro psiquiátrico do país.
Em 1893, já conhecido, foi admitido no Hospital de Alienados da capital paulista. Como o local não comportava adequadamente
o número de pacientes e nem oferecia assistência médica de qualidade, Dr. Franco da Rocha começou aspirar por um grande hospital,
em uma área que fosse possível um melhor tratamento aos doentes mentais do estado.
Foi então a partir das idéias e metas do médico que a cidade passou ser um centro de referência psiquiatria mundial.
De acordo com a publicação Resumo da História de Assistência a Psicopatas no Estado de São Paulo, do médico Mário Yahn. Dr.
Franco da Rocha lutou contra problemas sérios como falta de água, iluminação, falta de verbas para a contratação de pessoal
competente e tantos outros, porém não se entregou. Pelo contrário, preocupou-se ainda mais como o aspecto médico-assistencial
dos internos, atendendo pessoalmente a maioria dos doentes. Por isso, até hoje Franco é conhecida como cidade ciência e ternura.
Ainda segundo a publicação, a presença do Dr. Franco da Rocha para a construção e direção do hospital não significou
apenas uma substituição administrativa, mas sim o alvorecer de um sistema de assistência moderna, uma visão social avançada
e a própria psicanálise, cuja a Psicopatologia teve sua devida importância e tornou-se uma lei básica do mais recente modo
de compreensão das concepções psiquiátricas.
Já idoso e doente e após dirigir o hospital Juqueri por cerca de 30 anos, Dr. Franco da Rocha, que também pertenceu
à Academia Brasileira de Letras, aposentou-se da vida pública em 1923. No entanto, devido ao grande bem que fez pela psiquiatria
mundial e pelo avanço e progresso da cidade, seu nome ficará parta sempre marcado, de alguma forma, no coração da comunidade
local.
Símbolos
De acordo com a Lei 750/75 de 23 de outubro de 1975, são símbolos do Município de Franco da Rocha:
* Brasão Municipal
* Bandeira Municipal
* Hino Municipal
Cognome
A lei 758/75, de 09 de dezembro de 1975 estabeleceu o cognome "Ciência e Ternura" ao município de Franco
da Rocha. O projeto, aprovado por unanimidade, foi criado pelo veredor Oscar José de Almeida. Abaixo, o texto completo da
Lei:
LEI Nº 758
(09 de dezembro de 1975)
Dispõe s/ Estabelece cognome ao Município de Franco da Rocha.
FAÇO SABER que a Câmara Municipal de Franco da Rocha aprova, e eu ANGELO CELEGUIM, na qualidade de Prefeito Municipal
de Franco da Rocha, sanciono e promulgo a seguinte Lei:
Artigo 1º - Fica cognominada CIÊNCIA E TERNURA a cidade de Franco da Rocha.
Artigo 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Prefeitura Municipal de Franco da Rocha, em 09 de dezembro de 1975.
ANGELO CELEGUIM
PREFEITO MUNICIPAL
Publicado na Diretoria Administrativa da Prefeitura Municipal de Franco da Rocha, e uma cópia arquivada no Cartório de
Registro Civil. Em 09 de dezembro de 1975.
OSCAR DE ALMEIDA NUNES
resp. p/ expediente-subst.
Dados Geográficos
* População estimada - 109.000 habitantes
* Área - 143 Km²
* Densidade Demográfica - 771 habitantes por Km²
* Taxa de urbanização - 92,85%
* Clima - Temperado e inverno seco
* Solo - ácido, erodido em sua maior parte, exceto região de aluviações no Rio-Abaixo e Mato Dentro
* Hidrografia - rio Juquery, reservatório Juquery, ribeirão Euzébio, ribeirão Borda da Mata, ribeirão Itaim, Tanque
Velho, Cristais, Santa Inês, córrego da Colônia, córrego da 3º Colônia
* Topografia - É bastante acidentada, cercada de serranias e cortada por pequenos cursos de água e vales. Com baixo
percentual de área cultivada, os cultivos que o solo melhor comporta são de milho, videira e plantas oleícolas. Também são
cultivadas a batata e a mandioca
* Saneamento Básico - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São paulo - SABESP; Nível de abastecimento de água
e esgoto é de 100%; 51% de esgoto coletado
Localização * Latitude - S 23º19'48"
* Longitude - W.Gr. 46º43'20"
* Municípios Limítrofes - Francisco Morato; Campo Limpo Paulista; Jundiaí; Cajamar; Caieiras e Mairiporã
* Acessos - Sistema Anhanguera / Bandeirantes e Estrada Velha de Campinas
Fonte: http://www.francodarocha.sp.gov.br/historico.php
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