O Casarão dos Matarazzo
O casarão é a única construção histórica sobrevivente em Ermelino. Além dele havia a Casa da Moenda do Sítio Piraquara,
que teria sido erguida pelos índios guaianases no século XVI. Nos anos 70 restavam partes das paredes de taipa e uma janela,
que não resistiram ao abandono. Alguns historiadores acreditam que o sítio seria até mais antigo que a Capela de São Miguel
do Ururaí, esta ainda preservada no bairro vizinho.
A casa do Sítio Mirim é um pouco mais recente, do século XVII ou início do século XVIII, de acordo com os cálculos de
historiadores. Também construída em taipa de pilão, a casa estava localizada próxima ao rio Tietê e à estrada de ferro da
Central do Brasil.
A estação foi inaugurada em 1924 e a linha passava por Itaim Paulista, São Miguel e chegava a Calmon Viana. Os trilhos
são atualmente utilizados pela CPTM, mas os trens não dão conta da enorme demanda nos horários de pico. Some-se a isso as
linhas de ônibus, que partem somente de bairros vizinhos, e transporte passa a ser uma das maiores reclamações dos moradores
de Ermelino. “Os ônibus já chegam aqui lotados”, diz Marino Bacaicoa.
Na lista de reivindicações também está a canalização de córregos, com o objetivo de minimizar os riscos de enchentes.
Além dos dois córregos do jardim Keralux existem outros 16 na região. Antes de anunciar novas obras a Subprefeitura vai estudar
as condições dos rios localizados na região central, que podem estar recebendo um volume de água incompatível com a profundidade
da calha. Uma das idéias é fazer córregos paralelos fechados.
Mais urgentes são as áreas de risco nas encostas – duas são consideradas de alto risco e em uma delas o trabalho
já está 50% feito. Mais de 100 munícipes vivem na encosta ameaçada, e não foi preciso removê-los do local.

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Ermelino Matarazzo, um bairro operário com nome de empresário
O nome do bairro é uma homenagem ao neto do Conde Francisco Matarazzo. Mais de 18% da população local vive em favelas.
Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo. Ali vivem 200 mil habitantes, 18,45% deles em favelas; o rendimento médio
dos chefes de família é de R$ 815,91, bem abaixo da média da Capital, de R$ 1.325. Esta região distante do centro e carente
já atraiu, quem diria, milhares de paulistanos e imigrantes em busca de emprego.
A primeira corrida rumo ao leste ocorreu a partir do ano de 1941, quando foi inaugurada uma fábrica das Indústrias Matarazzo,
a Celosul. “Era a única produtora de papel celofane da América do Sul”, lembra o aposentado Marino Bacaicoa,
78 anos, 28 deles trabalhando na fábrica. Marino deixou a Penha e se transferiu para Ermelino, onde existiam apenas algumas
chácaras e um punhado de casas construídas para os funcionários da Celosul. Nada de luz elétrica, asfalto, comércio. A fábrica
atraiu ainda imigrantes italianos, alemães e ingleses.
A luz elétrica só chegou em 51, e inicialmente na fábrica e nas residências de seus funcionários. A luz beneficiou também
a Císper, empresa carioca fabricante de vidros que se estabeleceu no bairro em 47. Como a região não oferecia infra-estrutura
suficiente a família Matarazzo se encarregou de construir a primeira escola, um cinema e um mercado. Os funcionários contavam
com os serviços do hospital construído pelo grupo na avenida Paulista. O nome do bairro é uma homenagem ao neto do Conde Francisco
Matarazzo, que foi um dos diretores do grupo e, segundo Marino, jogou no time de futebol da Celosul.
No início da década de 70 a Celosul viveu seu ápice para entrar em decadência alguns anos depois, com a crise no grupo
Matarazzo. Apesar disso a região voltou a atrair paulistanos de outros bairros uma vez que foi nesta época que Ermelino foi
separado de São Miguel e ganhou administração própria. Hoje a Celosul se mantém ativa, mas sob o comando de uma cooperativa.
A Císper também resiste nas mãos de

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